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A Biblioteca Pública de Braga (BPB) foi criada em 1841, por influência de Almeida Garrett através de uma carta de lei da rainha D. Maria II que autorizava a Câmara da cidade a usar os rendimentos municipais para suportar as despesas com recursos humanos e com material necessárias para a criação e manutenção de uma biblioteca de forma a garantir a guarda e conservação das ricas livrarias dos conventos e mosteiros minhotos, extintos em 1834.

Começou por ser instalada em parte do edifício do Convento dos Oratorianos (na atual Avenida Central), sendo seu primeiro bibliotecário Manuel Rodrigues da Silva Abreu. Os anos iniciais foram extremamente atribulados, não só por dificuldades de relacionamento com a Câmara Municipal, como também devido a convulsões políticas da época (em 1847, p. ex., o edifício serviu como quartel).

Os 20 mil volumes do seu fundo inicial, foram organizados e catalogados por Silva Abreu. A inauguração oficial teve lugar no dia 16 de setembro de 1857 embora não estivessem ainda reunidas as condições necessárias para que pudesse abrir ao público. Nos anos seguintes a BPB foi funcionando de forma irregular. Neste período desapareceram algumas obras valiosas que integravam o seu fundo documental.

Após a proclamação da República e a nomeação de Alberto Feio como seu bibliotecário em 1911, algumas das questões com que a Biblioteca Pública se debatia começaram a ser encaradas com objetividade, nomeadamente o problema do espaço e o da conservação das coleções.

Em 1918 foram realizadas as primeiras tentativas de transferência da BPB para o antigo Paço Arquiepiscopal, o que só se concretizaria em 1934. Para que tal fosse possível foi necessário adaptar as ruínas do palácio do arcebispo D. José de Bragança, da autoria de André Soares em 1750 e destruído por um incêndio em 1866, para aí ser instalada a Biblioteca Pública e o Arquivo Distrital (criado em 1917). A obra foi da responsabilidade da DG Edifícios e Monumentos Nacionais e orientada cuidadosamente pelo arquiteto Fernandes de Sá, segundo os critérios vigentes na época.

Entretanto, em 1931, tornara-se beneficiária do Depósito Legal incorporando igualmente coleções de livrarias particulares de figuras marcantes da vida local nomeadamente Barca-Oliveira, Manuel Monteiro, Carrington da Costa, Victor de Sá, Miranda de Andrade, Delfina Gomes, Manuel Martins Capela; Alberto Feio, João Penha, Álvaro Carneiro, Pereira Caldas e Manuel Braga da Cruz sendo assim detentora de um valioso património documental.

É integrada na Universidade do Minho pelo Decreto-Lei nº 402/73, de 11 de agosto, que cria esta instituição do ensino superior, sendo atualmente uma unidade cultural da Universidade do Minho. Em março de 1991, sob proposta da Assembleia Municipal, por motivo da comemoração do 150.º aniversário da sua criação, a Câmara Municipal de Braga atribuiu à BPB a medalha de honra da cidade.

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